O primeiro-ministro deu 48h a Francisco Madeira, representante especial da União Africana em Mogadíscio, para abandonar o país. O presidente da Somália anulou a ordem de expulsão. Em causa, uma fuga, para as redes sociais, de um áudio onde o diplomata moçambicano ataca o chefe do Governo.
Na quarta-feira ao final do dia, o primeiro-ministro Mohamed Hussein Roble emitiu uma ordem de expulsão a Francisco Madeira por “actos incompatíveis com o seu estatuto”. Decisão tomada no seguimento da difusão nas redes sociais de um áudio do diplomata moçambicano, no qual Madeira afirmava, entre outros, que o primeiro-ministro “detesta” o chefe de estado-maior do exército e que instrumentaliza os ataques cometidos no país por razões políticas.
Uma expulsão aplaudida por vários opositores, que consideram o representante especial da União Africana na Somália um aliado do Presidente Farmajo.
“Não validava” a decisão “ilegal” de declarar o representante especial da União Africana na Somália desde 2015 “persona non grata”. Por isso mesmo, a Presidência “rejeita” e “anula” a decisão “ilegal que põe em causa as relações com a comunidade internacional”. Estas foram as palavras do presidente.
O Presidente Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido por Farmajo, diz ser ele o ''guardião e garante da soberania do país". Encarregou, ainda, o ministro dos Negócios Estrangeiros “de transmitir as desculpas do Governo à União Africana pela decisão ilegítima e imprudente num domínio sobre o qual não está autorizado” a fazer.
Segundo várias fontes, a ONU abriu discussões em Mogadíscio para encontrar uma solução pacífica para este novo confronto.