Segundo o jornal local 'The Nation', consultado pela agência espanhola Europa Press, o Comité dos Assuntos Legais do Parlamento irá sondar o apoio popular à abolição.
O presidente do comité, Peter Dimba, afirmou que os inquiridos incluem também membros de ONG, a igreja, ativistas e líderes locais.
Após a consulta nacional, será apresentado ao Ministério da Justiça um relatório, mas, tendo em conta as primeiras opiniões recolhidas, Dimba indicou que parece "claro que a população do Malawi não quer a pena de morte".
Até agora só foi escutado um "amplo conjunto de setores na região centro e em breve iremos para a região Norte e para a região Sul", acrescentou o parlamentar.
O Supremo Tribunal do Malawi decretou a inconstitucionalidade da pena capital em abril de 2021, destacando que o Código Penal "deve ser interpretado" de forma a que o castigo máximo seja a prisão perpétua.
Contudo, numa declaração alguns meses depois, o tribunal defendeu que um juiz havia apenas emitido a sua opinião pessoal e, portanto, a pena de morte ainda estava em vigor.
A instância superior lembrou também que não há execuções no país desde 1975 e observou que "todos os Presidentes desde 1994 se recusaram a ratificar sentenças de morte".
O Malawi tem um sistema multipartidário desde aquele ano, no qual terminou o regime de Hastings Banda.