Frustrado com a revolta de ministros e deputados, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, aceitou hoje a inevitabilidade de demitir-se da liderança do partido Conservador, mantendo-se em funções até ser encontrado um sucessor.
É doloroso não poder levar a cabo tantas ideias e projetos. Mas, como vimos em Westminster, o rebanho é poderoso e quando o rebanho se mexe, ele mexe-se, e na política ninguém é absolutamente indispensável", afirmou num discurso à porta da residência oficial em Downing Street.
Ainda na véspera, Johnson tinha-se mostrado determinado em continuar em funções, apesar de já acumular cerca de 50 demissões, entre ministros, secretários de Estado, assistentes e conselheiros.
Mas logo pelo início da manhã, mais sete baixas elevaram o número de lugares vagos, tornando evidente a dificuldade em estancar a sangria de apoio, mesmo entre os seus mais leais adeptos, e de fazer uma remodelação completa.
"Dei-lhe, e àqueles à sua volta, o benefício da dúvida. Defendi este governo publicamente e em privado. Porém, chegámos a um ponto sem retorno", resumiu o ministro da Irlanda do Norte, Brandon Lewis, na carta de renúncia.
Pouco depois, o ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, promovido há menos de dois dias da pasta da Educação para substituir Rishi Sunak, reconheceu que a situação "não é sustentável e só vai piorar", pedindo a Johnson para sair.
Pelas 09h00, um porta-voz confirmou que o primeiro-ministro ia fazer um discurso de demissão, o que aconteceu pelas 12h30.
Pelas 09h00, um porta-voz confirmou que o primeiro-ministro ia fazer um discurso de demissão, o que aconteceu pelas 12h30.