A 1a secção do Tribunal da cidade de Chimoio, na província moçambicana de Manica iniciou esta terça-feira, 29, o julgamento de um processo-crime sumário contra a jornalista da estação publica Rádio Moçambique, Raquel Jorge, seus dois filhos e um neto, de 4 anos, por crime de calúnia e difamação contra o Estado moçambicano.
Os crimes, arrolados pela Procuradoria Provincial de Manica, resultam do facto da jornalista ter aparecido num vídeo encenando a corrupção feita pela Polícia de Trânsito nas ruas do país, situação que o Ministério Público interpreta como “vulgarização” dos agentes reguladores de trânsito, e “ofensa e banalização” ao Estado moçambicano.
No vídeo, posto a circular nas redes sociais e na página do neto no Youtube, aparece um menor “sentado” ao volante, encenando uma condução, quando outros dois (incluindo o neto da jornalista), interpretando o papel de agentes de trânsito, interpelam o condutor e pedem dois super shake (iogurte) como condição para anular uma multa de 50 mil meticais (USD 790) por múltiplas infracçōes da viatura.
Após duas horas de sessão, o Tribunal interrompeu a audiência para criar condições de projeção do vídeo na sua sala de sessões, mas também para se encontrar um perito em imagens para conferir se o menor estava realmente a conduzir numa via pública.