Desde que a primeira notificação de surto foi publicada, a 25 de fevereiro, mais oito casos confirmados em laboratório foram diagnosticado com a doença de Marburg na Guiné Equatorial, o que eleva o total para nove casos confirmados laboratorialmente e 20 casos prováveis", lê-se num comunicado hoje divulgado pela OMS.
"Já houve sete mortes confirmadas em laboratório, e todos os casos prováveis faleceram", acrescenta a OMS, notando que "dos novos oito casos confirmados, dois eram da província de Kié-Ntem, dois do litoral e dois de províncias do centro sul" e avisando que "as áreas que estão a relatar casos distam 150 quilómetros entre elas, o que sugere uma transmissão mais ampla do vírus".
A estes números juntam-se as 11 pessoas cujas mortes são atribuídas à doença, registadas entre 7 de janeiro e 7 de fevereiro, mas que não foram confirmadas em laboratório, pelo que o número total, desde o princípio, poderá estar nos 19 (11 sem confirmação laboratorial e sete confirmadas em laboratório).
A OMS já mobilizou peritos para este país da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) "para apoiar a resposta nacional e fortalecer o envolvimento da comunidade".
A nível nacional, alerta a organização, "o risco deste surto é muito elevado a nível nacional, moderado a nível regional e baixo a nível internacional".
O vírus Marburg é um agente patogénico altamente perigoso que causa febre alta, muitas vezes acompanhada de hemorragia multiorgânica, e reduz a capacidade do organismo de funcionar corretamente.
É um membro da família dos filovírus, que também inclui o vírus Ébola, que tem causado várias epidemias mortais em África.
O hospedeiro natural do vírus Marburg é um morcego africano da fruta, que transporta o vírus mas não adoece. Estes animais podem transmiti-lo aos primatas que vivem perto deles, incluindo os humanos. A transmissão intra-humana ocorre então através do contacto com sangue ou outros fluidos corporais.
As taxas de mortalidade por casos confirmados variaram entre 24 e 88% em surtos anteriores, dependendo da estirpe do vírus e do tratamento dos doentes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Atualmente não existe vacina nem tratamento antiviral, mas estão a ser avaliados tratamentos experimentais, incluindo derivados do sangue, imunoterapias e terapias medicamentosas, segundo a OMS.