Uma mulher de 64 anos deu entrada num hospital de Nova Gales do Sul, na Austrália, queixando-se de febre, dores abdominais e diarreia incessantes, tosse seca e suores noturnos. A mulher, viria a descobrir-se, tinha um verme parasita de 8 centímetros de comprimento no cérebro, segundo explicou o neurocirurgião responsável pelo caso.
Em declarações à RTP3, o neurocirurgião Vítor Moura Gonçalves diz que a situação não é inédita e até é "comum", sobretudo em países subdesenvolvidos, sendo que o que distingue este caso de outros é o tipo de parasita.
O especialista refere que este tipo de parasita - ‘Ophidascaris robertsi’ - nunca tinha sido detetado num humano, sendo no entanto comum em cobras píton e em cangurus.
Neste caso especifico, sabe-se que a doente vivia junto a um lago onde existem este tipo de cobras pelo que terá sido o contacto com os ovos deste réptil - de forma direta ou indireta - que terão levado a mulher a ser contaminada. "Houve uma barreira que foi quebrada", afirmou.
Vítor Moura Gonçalves explicou ainda que este tipo de parasita é endémico na Austrália, mas existe "outra espécie do mesmo parasita que já foi detectado noutras partes do globo" que podem provocar isto.