"Zuma e outros cuja conduta está em conflito com os nossos valores e princípios encontrar-se-ão fora do Congresso Nacional Africano", disse Fikile Mbalula, secretário-geral do ANC, que governa o país desde o fim do 'apartheid' no início da década de 1990.
A decisão anunciada é prova das divisões no seio do movimento na preparação das eleições gerais previstas para este ano - a data final ainda não foi anunciada, mas deverão realizar-se entre maio e agosto.
Atormentado por escândalos de corrupção e num contexto socioeconómico difícil, o ANC poderá perder a maioria parlamentar pela primeira vez na sua história, segundo as sondagens.
Jacob Zuma foi o quarto Presidente da África do Sul democrática, de 2009 a 2018, mas foi forçado a demitir-se devido a escândalos de corrupção e desentendeu-se com o partido que outrora liderava.
Em dezembro, Zuma, de 81 anos, disse que iria fazer campanha por um novo pequeno partido radical, o Umkhonto We Sizwe, cujo nome deriva da ala militar do ANC durante o período do 'apartheid'.
Fikile Mbalula acrescentou que o ANC vai apresentar uma queixa junto do Tribunal Eleitoral para que seja anulado o registo do novo partido e para que seja iniciado um processo de recuperação do seu nome.
"A criação do partido MK não é um acidente", disse Mbalula após uma reunião do comité executivo do ANC, que contou com a presença do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.
"É uma tentativa deliberada de usar a orgulhosa história da luta armada contra o regime do 'apartheid' para dar credibilidade ao que é uma agenda flagrantemente contrarrevolucionária", denunciou.